Assim como as expectativas para a atividade econômica em 2015 foram otimistas, para o varejo não foi diferente: a despeito das projeções iniciais de crescimento em torno de 2%, os dados consolidados do IBGE registraram queda recorde de 4,3% para 2015, reflexo principalmente da corrosão da renda e do aumento do desemprego. No cenário de crédito, o ano também será recordado por combinar resultados ruins em termos de expansão de crédito e inadimplência. Enquanto para o primeiro fator a queda da concessão foi ocasionada preponderantemente pela redução dos recursos direcionados, para a inadimplência os recursos livres apresentaram considerável elevação de sua taxa, após praticamente 3 anos de estabilidade.
A contração real do crédito às pessoas físicas, somada à inflação elevada, ao aumento do desemprego e ao conservadorismo crescente dos consumidores, prejudicou especialmente as vendas de bens duráveis: no setor de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, o recuo foi de 14% no ano. O fraco desempenho do varejo, porém, também se estendeu a setores que comercializam bens de primeira necessidade, como o de supermercados, que registrou queda de 2,5% no período.
A rápida deterioração do cenário dificultou a gestão das empresas do varejo, que passaram o ano com estoques altos e tiveram que acelerar o ajuste nas despesas principalmente a partir do 2º trimestre de 2015. Apenas no estado de São Paulo, mais de 60 mil vagas formais foram eliminadas. Ainda assim, muitas empresas não resistiram à crise e tiveram de fechar as portas: a CNC estimou em mais de 100 mil o número de estabelecimentos que tiveram de encerrar suas atividades em 2015, e o setor foi aquele que apresentou o maior aumento percentual no número de pedidos de falências.
O relatório da Boa Vista SCPC em parceira com a Fecomércio mostra o comportamento das variáveis de crédito e varejo em 2015. Para mais informações, acesse aqui o relatório completo, disponibilizado gratuitamente.