Por Marcel Caparoz, da RC Consultores
Na semana passada foi divulgado o forte crescimento do PIB americano, com alta de 4% no segundo trimestre em taxas anuais. O resultado surpreendeu positivamente o mercado, principalmente pelos fundamentos desta melhora, que se deu através do aumento do consumo das famílias e dos investimentos. Além disso, dados positivos do mercado de trabalho fortalecem a tese de recuperação da economia americana, com o registro do menor número de pedidos de seguro desemprego dos últimos 14 anos no país.
No entanto, surpreendentemente, estas notícias não foram bem recebidas pelo mercado. O índice da bolsa de valores Dow Jones encerrou a semana passada com forte queda de 2,75%. No acumulado em 12 meses o índice ainda mantém alta de 5,5%, mas muito abaixo dos 27% alcançados no início de 2014. As commodities também estão apresentando queda. Soja e milho tiveram em julho de 2014 queda mensal de 12% e 8%, respectivamente. A razão deste comportamento está na decisão do banco central americano (FED) em reduzir os estímulos à economia em mais US$ 10 bilhões, passando agora para “apenas” US$ 25 bilhões mensais, ante os US$ 85 bilhões iniciais. O processo de redução do excesso de liquidez mundial deverá impor correções aos mercados financeiros mundiais, que tiveram nos últimos anos altas significativas sem, no entanto, apresentar fundamentos adequados para tal comportamento.