Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

O CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – divulgou 123,8 mil novos postos formais de trabalho criados no País em junho, batendo previsões menos otimistas. Porém, o número de novos postos de trabalho vem perdendo força perante os criados em anos anteriores, desde a crise de 2009. O número de junho surpreendeu, pois aumentou 2,8% em relação ao mesmo mês de 2012. O resultado de junho se deve apenas ao bom desempenho dos serviços. A construção civil e a indústria vêm recuando, especialmente a primeira, cujo desempenho na formação de postos é de apenas metade do de 2012.

O cenário atual de incerteza dificultará ainda mais a criação de empregos no segundo semestre. Os juros estão subindo para as empresas, em particular na rede de bancos públicos, em um processo de correção da política anterior de farta concessão de crédito. As empresas ainda têm receio de dispensar mão de obra pela dificuldade de eventual reposição de pessoal qualificado. Contudo, as projeções mais recentes indicam apenas estabilidade de pessoal na maioria dos negócios. Com a evolução bem mais lenta da absorção de oferta de trabalho, a massa salarial passará a depender dos reajustes de salários. Projetamos para 2013 um reajuste real na faixa de apenas 3% na massa salarial resultante da combinação dos ajustes do salário médio e do aumento no número de empregados no País.

Ed.233