Por Bruna Martins/Flávio Calife

Ninguém esperava uma melhora no mercado de trabalho em 2016, mas os números do primeiro trimestre começam a assustar. Dados de hoje do IBGE mostram que a taxa de desemprego subiu 0,7 p.p. em relação ao trimestre findo em fevereiro, atingindo 10,9% em março, o pior resultado desde o início da série em 2012. É o terceiro mês consecutivo que o aumento acontece de forma bem acentuada. Em março do ano passado a taxa era de 7,9%.

O número de desempregados que em fevereiro já era de preocupantes 10,4 milhões, agora já chegou aos 11,1 milhões, uma elevação de 39,8% frente ao resultado do ano anterior e de 22,2% ante o 4º trimestre de 2015. As consequências sobre os rendimentos são notórias, queda real de 3,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Com a renda mais apertada e com menos oferta de emprego, mais trabalhadores encontram-se à deriva no mercado de trabalho, pressionando a taxa de desemprego.

Os constantes recuos na atividade econômica têm levado as empresas a reduzirem seus custos, e o ritmo das demissões leva a crer que este foi o principal meio encontrado para o corte. Tendo em vista a pouca possibilidade de mudanças no curto prazo, o cenário mais provável é que o desemprego continue em tendência de alta ao longo do ano. Só esperamos que em um ritmo menor.