O consumidor brasileiro vê uma piora da economia nacional em relação a 2019, de acordo com pesquisa da Boa Vista, empresa que aplica inteligência analítica na transformação de informações para a tomada de decisões em concessão de crédito e negócios em geral, realizada com cerca de 400 consumidores de todo país. 77% dos entrevistados acreditam que a situação econômica do país piorou em 2020, uma alta considerável, já que no ano passado eram 42% os que tinham essa percepção. Outros 7% creem que a situação permaneceu igual (eram 23% em 2019), enquanto só 6% veem uma melhora em relação ao último ano (eram 24% em 2019). Por fim, 10% não têm opinião formada (vs 11% em 2019).

Poder de compra menor

Aos questionar os consumidores sobre a vida pessoal financeira, a conclusão da Boa Vista foi de outro cenário pouco positivo: 54% dos consumidores dizem que a renda familiar e o poder de compra diminuíram comparados ao ano passado (vs 43% em 2019). Para 25% a vida financeira hoje está igual ao ano passado (vs 33% em 2019), e para outros 21% ela melhorou (vs 24% em 2019).

A Boa Vista também questionou os entrevistados sobre a despesa que mais pesou no orçamento em 2020. Em primeiro lugar vêm os gastos com alimentação, para 59% dos consumidores. Em segundo, para 14%, os custos de moradia, aluguel e condomínio. Em terceiro lugar as contas de luz, para 6%.

80% dos consumidores afirmaram que mudaram hábitos de consumo ao longo de 2020 na intenção de economizar. Em 2019, 75% fizeram o mesmo. Dentre esses 80%, 50% reduziram o consumo com os gastos de alimentação (vs 32% em 2019). Outros 14% reduziram os gastos com lazer (vs 16% em 2019). 9% diminuíram os gastos de moraria, aluguel e condomínio (mesmo número em 2019).

Expectativa para 2021

Apesar do cenário negativo sobre a percepção da situação financeira de 2020, muito por conta da crise ocasionada pela pandemia, o consumidor se mantém, em sua maioria, otimista em relação à vida financeira em 2021. 87% acreditam em melhora da situação financeira no ano que vem (vs 92% em 2019). 7% creem que as finanças permanecerão iguais (vs 2% em 2019), enquanto 4% estão pessimistas e esperam uma piora ano que vem (vs 3% em 2019). 2% não têm opinião formada (vs 3% em 2019).