Os pedidos de falência encerraram 2014 com queda de 1,3%, em todo o país, em comparação ao ano anterior, de acordo com os dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Na análise mensal (dez/14 contra nov/14), os pedidos de falência recuaram 2,0% e na comparação interanual (dez/14 contra dez/13) houve aumento de 0,7%.

Em 2014, as falências decretadas registraram leve queda de 0,2%, na comparação com 2013. Houve queda de 38,6% na comparação mensal (dez/14 contra nov/14) e na análise interanual (dez/14 contra dez/13) o indicador caiu 23,9%.

O indicador de recuperação judicial cresceu 7,8% no acumulado do ano (jan/14 a dez/14 contra jan/13 a dez/13), e as recuperações judiciais deferidas registraram alta de 1,2%, na mesma base de comparação. A tabela 1 resume os dados.

tab1

Apesar do cenário adverso observado ao longo de 2014, os pedidos e os decretos de falências encerraram o ano em patamares menores aos observados em 2013, e os números de recuperação judicial desaceleraram neste mesmo período. Entretanto, a persistência de um cenário de baixo crescimento econômico, o aumento das taxas de juros e a manutenção de restrições ao crédito devem piorar a solvência das empresas em 2015.

Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte

A tabela 2 (abaixo) mostra como estão distribuídas as falências e recuperações judiciais por porte em 2014, a partir dos critérios adotados pelo BNDES[1].

As pequenas empresas, por exemplo, representam 83% dos pedidos de falência e correspondem a todas as falências decretadas. Tanto nos pedidos de recuperação judicial quanto nas recuperações judiciais deferidas, as pequenas empresas também detêm o maior percentual, 88% e 87%, respectivamente.

tab2

Distribuição das falências e recuperações judiciais por setor

Na divisão por setor da economia, o de serviços foi o que representou mais casos nos pedidos de falência (41%), seguido do setor industrial (36%) e do comércio (23%).

tab3A série histórica do indicador está disponível em: http://www.boavistaservicos.com.br/economia/falencias-e-recuperacoes-judiciais/

Metodologia

O indicador de falências e recuperações judiciais é construído com base na apuração de dados mensais de ocorrências (requerimentos e decretações) registrados na base de dados da Boa Vista SCPC, oriundas dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e de Justiça dos estados.


[1] A CIRCULAR Nº 11/2010 do BNDES de 05 de março de 2010 classifica as categorias de porte das empresas de acordo com a receita operacional bruta anualizada. Microempresa – menor ou igual a R$ 2,4 milhões; Pequena empresa – maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões; Média empresa – maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões; Média-grande empresa – maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões; Grande empresa – maior que R$ 300 milhões.