Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

O desemprego no Brasil atingiu em outubro a marca de 4,7%, o menor valor desde o início da série divulgada pelo IBGE, considerando apenas as seis maiores regiões metropolitanas. Segundo a pesquisa mensal, houve forte elevação do rendimento real (3,7%), em relação ao mesmo mês do ano passado. Em contrapartida, o pessoal ocupado se manteve estável na mesma comparação.

No entanto, este cenário positivo, que tem caracterizado o mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos, pode não refletir mais a realidade do país. Diversos indicadores indicam que o ajuste no setor já começou. A quantidade de pessoas desistindo de procurar emprego e saindo da população economicamente ativa (PEA) tem aumentado, enquanto a quantidade de pessoas que estão de fato trabalhando não deverá aumentar em 2014. Considerando todas as regiões brasileiras, a geração de vagas formais de emprego acumula em 2014 um total de 900 mil postos, de acordo com o Ministério do Trabalho, muito aquém das 2,4 milhões de vagas criadas no mesmo período de 2010. Além disso, os salários destas novas vagas estão cada vez menores. A expectativa é de baixo crescimento econômico em 2015 e 2016, e o mercado de trabalho não sairá imune deste cenário.