Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

Pelo sétimo dia consecutivo a moeda chinesa, o Yuan, se desvaloriza frente ao dólar e atinge hoje uma mínima desde julho de 2013, contrariando a tendência de longo prazo de apreciação da moeda. Além disso, a taxa negociada no mercado à vista encerrou o dia mais depreciada que o ponto médio da banda de oscilação estabelecida pelo banco central, algo que não acontecida desde setembro de 2012. O banco central chinês mantém um regime de câmbio controlado desde 2005. Diariamente, anuncia uma meta para o Yuan em relação ao dólar, chamada de fix, e atua no mercado para controlar a cotação, permitindo que varie dentro da banda. Atualmente a oscilação permitida é de no máximo 1%.

A desvalorização da moeda chinesa parece ser estimulada pelo próprio Banco Central da China, em uma tentativa de desarmar posições excessivamente compradas na divisa local e evitar movimentos mais bruscos após uma esperada ampliação da banda de variação do Yuan a médio prazo, do intervalo de 1% para 2%. O fato é que o ambiente externo mudou com a diminuição dos estímulos do Fed. As moedas dos países vizinhos da China se desvalorizaram. A desvalorização do Yuan pode estabilizar as exportações do país, já que no ano passado a contínua valorização do Yuan exerceu forte pressão nas empresas exportadoras, diminuindo a competitividade do país no mercado internacional. Por ora, o movimento não causa estresse no mercado e o real não deve ser impactado pelos movimentos do Yuan. No entanto, convém ficar atento às oscilações da moeda da segunda maior economia do mundo.

Ed.373