O Banco Central anunciou, no final de 2022, o plano de lançar em 2024 a moeda virtual brasileira: o Real Digital. O produto não é novidade pelo mundo, já que 80% dos Bancos Centrais no exterior estão desenvolvendo moedas digitais.  

Agora, será o fim do dinheiro em espécie? Será que eu posso trocar o real digital por cédulas? Neste artigo, reunimos tudo o que se sabe até agora sobre a moeda digital brasileira, como: o que realmente é o Real Digital, qual a diferença dele para real em espécie, quais são os seus impactos, como vai funcionar e muito mais. Acompanhe.  

O que é o Real Digital?

Antes de tudo, é preciso entender que uma moeda digital. Também conhecida pela sigla CBDC (Central Bank Digital Currencies), trata-se de um dinheiro que apenas existe digitalmente. Essas moedas são baseadas em na tecnologia blockchain, uma forma de registrar diversas informações que não podem sofrer alterações ou falsificações. Isso torna a moeda digital mais segura. São emitidas pelo Banco Central (BC) de cada país e funcionam como a versão online da moeda de uma nação. 

Nesse contexto, surge o real digital, proposto pelo Banco Central do Brasil, parecido com bitcoins. Ou seja, é a criação da versão virtual da moeda oficial do país. Uma alternativa online das notas de papel que manuseamos. Sendo assim, a intenção do governo federal é que o valor do real digital seja o mesmo do físico, podendo ser utilizado em compras diárias, transações e investimentos.  

A ideia, também, é que a moeda eletrônica brasileira esteja disponível em carteiras virtuais nos celulares da população e não fique armazenada em aplicativos de bancos, com o objetivo de proporcionar mais autonomia no manuseio desse dinheiro. 

Qual a diferença do Real digital para a criptomoeda? 

Embora ambas sejam formas virtuais de dinheiro, é essencial entender que existem diferenças importantes entre o Real Digital e as criptomoedas. Vamos analisar.  

Primeiro ponto, é que o Real Digital seria uma representação da moeda oficial corrente. Seu  valor é estável, assim como o do real físico, além de ser totalmente regulado e emitido pelo Banco Central do Brasil, garantindo confiabilidade e segurança.  

Já as criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum, possuem a característica de serem descentralizadas, privadas. Isso significa que não são controladas por nenhuma entidade ou governo. Até por isso, o valor dessas moedas varia conforme a oferta e demanda estabelecida no mercado, fazendo com que tenham característica para investimentos.  

Além disso, as transações de criptomoedas são feitas em uma tecnologia chamada blockchain, que proporciona um nível alto de segurança, porém pode ser difícil de rastrear. A moeda brasileira deve utilizar esse mesmo tipo de blockchain, mas como o objetivo é seguir a mesmo política monetária do país, não será dessa forma. Nesse caso, será mais parecida com a stablein, uma moeda mais estável e menos volátil em seu valor.  

Qual a diferença da moeda digital para o real em espécie?  

O real digital é a primeira moeda virtual oficial do Brasil, produzida, regulada e distribuída pelo Banco Central. A moeda online seguirá as regras vigentes na política monetária brasileira e existirá apenas no ambiente virtual, não podendo ser convertida em cédulas.  

Com o futuro lançamento do real digital, o BC espera diminuir os custos de operações bancárias e da emissão de papel-moeda. 

O real digital acabará com o dinheiro físico? 

Apesar de que apenas 3% das transações financeiras no país sejam realizadas com dinheiro físico, o surgimento da moeda virtual não significa o fim do dinheiro em espécie. A alternativa é uma nova opção de fazer e realizar transferências que envolvem dinheiro.  

No entanto, não se pode descartar a hipótese de que em um futuro distante, o real digital venha substituir seu modo físico. Até porque, a versão virtual será equivalente às cédulas. 

Qual a diferença entre o real digital e o PIX? 

Essa é uma questão bem importante, pois muitas pessoas entendem que o real digital será a evolução do sistema PIX. No entanto, essa avaliação é equivocada. Apesar dos dois serem sistemas brasileiros digitais, há distinções entre eles.  

O PIX se enquadra como um sistema de pagamento, também lançado pelo BC, que permite a transferência instantânea de dinheiro entre contas de qualquer instituição, plataforma de pagamento, independentemente da hora do dia. Seu funcionamento é em tempo real e não cobra taxa alguma.  

Por outro lado, o real digital, como explicamos anteriormente, é a própria moeda do Brasil em sua versão virtual. Tem como finalidade tornar as operações financeiras mais modernas e eficientes, tanto virtuais quanto físicas, sem precisar depender de intermediação de instituições financeiras, por exemplo.  

O Real Digital também será controlado pelo BC, diferente do que ocorre com o dinheiro que circula pelo PIX. Outro ponto importante, é que o PIX necessita desse sistema para funcionar, já o real digital poderá funcionar independente do sistema bancário atual. 

Quais as vantagens que o real digital pode trazer? 

Agora que você já sabe o que é o Real Digital e como irá funcionar, é o momento de explicar quais benefícios essa solução digital pode proporcionar para a gestão financeira de sua empresa e dos consumidores de modo geral. Confira, a seguir, algumas dessas vantagens. 

Inovação financeira 

O Real Digital poderá estimular a inovação em serviços financeiros, proporcionando novas formas de pagamento e negociação. A moeda digital também pode possibilitar a criação de contratos mais inteligentes e práticos, por exemplo. 

Redução de custos 

Um dos principais objetivos do Real Digital é proporcionar redução de custo na produção, transporte e controle de estoque do dinheiro físico. Com isso, reduzirá notoriamente o acúmulo de dinheiro para a geração de valor. Isso porque, atualmente, para conceder empréstimo, é necessário que os bancos possuam esse valor em cofres. No entanto, isso deixará de existir, pois o controle poderá ser feito por meio de sistemas de blockchain. 

Combate à Economia Informal 

Com o Real Digital, transações que normalmente ocorreriam em dinheiro físico e, portanto, fora do radar das autoridades fiscais, seriam registradas. Isso é uma forma de auxiliar no combate à sonegação fiscal e à economia informal. 

Controle de Política Monetária 

A emissão de uma moeda digital permitiria ao Banco Central um controle mais preciso e direto sobre a política monetária. 

Resiliência Financeira 

Em situações de crise no país, a existência de uma moeda digital seria algo valioso. Poderia fornecer um sistema alternativo de pagamentos e transferências, aumentando a resiliência do sistema financeiro. 

Só o Brasil que prevê uma moeda digital? 

O Petro, moeda virtual da Venezuela, foi a primeira moeda digital de um país criada. Ela é respaldada pelas reservas de petróleo e foi desenvolvida para driblar os efeitos do bloqueio econômico que os Estados Unidos impuseram ao governo de Nicolás Maduro.  

Outros países já anunciaram que seus bancos centrais estão desenvolvendo moedas virtuais, como Estados Unidos, China, Índia, Rússia e Reino Unido.  

A China tem o projeto de moeda digital mais avançado. Por lá, US$ 14 bilhões já foram transacionados durante a fase de testes, que iniciou em 2020.  

O Banco Central da Rússia, por sua vez, divulgou a data para o lançamento do “rublo digital”, que deve começar a circular pelo país em 2023.    

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