Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Roberto Azevedo, diplomata de carreira e sediado na OMC, Organização Mundial do Comércio, ganhou ontem a disputa para dirigir a instituição pelos próximos quatro anos. Superou seu contendor, o mexicano Hermínio Blanco, além de outros seis que foram ficando para trás. Roberto Azevedo substituirá o francês Pascal Lamy, que comandava a OMC por dois mandatos, desde 2005. Lamy foi votado pelos países avançados com a missão de concluir a rodada de Doha, mas não teve sucesso. A crise de 2008 aprofundou a crise interna na OMC, enquanto os principais países passaram a buscar acordos comerciais bilaterais ou regionais.

O desafio principal de Azevedo é o de construir uma agenda global num mundo que procura agora parcerias especificas, de âmbito mais restrito. Exemplos: a Parceria TransPacífico, que os EUA lideram, procurando envolver comercialmente os aliados em torno daquele oceano, como Japão, Austrália, Coreia do Sul e alguns dos nossos vizinhos, Peru, Colômbia e Chile; e agora, se fala da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos (TTIP em inglês), reunindo a Europa e aproximando a África. A próxima grande reunião da OMC será em dezembro, em Bali, onde a habilidade do novo diretor geral de "construir pontes" - dito por ele -  entre as grandes potências, os BRICs (que o apoiam no momento) e países pequenos será posta a uma dura prova.

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