Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

As vendas de imóveis residenciais novos em São Paulo somaram 3.755 unidades no primeiro trimestre deste ano, representando uma queda de 45,3% em relação ao primeiro trimestre de 2013, segundo pesquisa da Secovi-SP. No mesmo período foram lançadas 3.908 unidades, menos 26,6% do que em igual período do ano anterior. Esses números são reflexo do ambiente macroeconômico que, de um lado, afeta as empresas adiando lançamentos e, de outro, os compradores finais, que avaliam melhor seu orçamento.

Embora o resultado não seja nada bom, há indicadores de que o mercado preserva vitalidade para os imóveis residenciais. O ritmo de financiamentos com recursos da poupança aumentou 4,5% no ano finalizado em março de 2014. O estoque de crédito cresceu quase 26% em termos reais de março de 2013 para março de 2014. A participação dos financiamentos com relação ao PIB é próximo a 8%, número ainda baixo quando comparado a outras economias. Embora a confiança na economia tenha caído, ainda há emprego com a preservação da renda efetiva da maioria das categorias de trabalhadores. Por outro lado, os segmentos hoteleiro e de imóveis comerciais apresentam números preocupantes. Pesquisas de mercado apontam queda média de 10% no preço do aluguel de escritórios em 8 cidades brasileiras e de 14% em São Paulo, no período de março de 2014 em relação a março de 2013. Se há uma bolha, ela começará a ser esvaziada pelas pequenas salas comerciais onde pode haver sobrepreço e elevados estoques. Tudo vai depender do comportamento da economia nos próximos anos, que não promete ser excepcional.