Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

O preço do gás produzido a partir das novas fontes exploradas nos EUA vem induzindo uma mudança drástica em todos os principais segmentos usuários desta matéria-prima. No Brasil, o preço do gás segue rígido e completamente desalinhado do novo padrão que se forma diante da realidade desta fonte de energia mais limpa, apesar de fóssil e, sobretudo, muito mais barata. A redução do preço da energia para uso industrial é incorporada aos preços finais dos produtos que chegam mais baratos, deslocando e até matando os competidores que não desfrutam dessa vantagem.

No Brasil, o preço do gás chega às indústrias usuárias onerado por uma estrutura tributária estúpida e por margens de transferência absolutamente exageradas. Segmentos como cerâmica, vidros e petroquímica são fortemente afetados no nosso país. Há razão de sobra para queixa e motivo de sobra para que a política tributária setorial, que ainda pune o gás, mude radicalmente. A boa notícia é que os vizinhos do Brasil são ricos em gás natural e mesmo o Brasil dispõe de fontes. O que não existe no país é a política de alinhamento de preços dessa vital matéria-prima. Especialistas, como o professor Adriano Pires, vêm insistindo que o caminho está aberto para mudar o atual panorama negativo.

Ed.183